2.7.10

Com o quebranto do dia e as chagas do tempo, tento mais uma vez afrontar-nos. Eu queria mais do que um jorro de sangue, queria mais do que um flato momentâneo. Queria um tumulto colossal, uma peleja ensanguentada, uma avenida cavernosa, por onde secamos, por onde vivemos, por onde vociferamos, por onde ceifamos. Tinha agora o desejo de te degolar, de te bravatear com uma faca fincada ao pescoço, fazendo com que me deprecasses remissão. Nesses segundos de timbre, moraria só eu. Estaria só eu, fitando-me no reflexo e dilatando o meu egotismo. Aí, eu enamorava-me comigo mesma, seduzia-me, beijava-me, e fazia tudo aquilo que foste inábil de fazer.

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