14.7.10

Com a boca cheia de sal, vou-te dizendo para me assolares. Ensopa-me. Faz-me vozear. Vais-me mirando, decompondo cada úlcera, cada crosta, cada arranhão. Vivemos encarcerados, no meio da imundice que aventamos diariamente. Tu soltas o fedor, eu solto a seiva. Tu afrouxas o sémen, eu afrouxo o esturro. Vamos jornadeando no meio da poeira dos defuntos, batendo com os pés nas lajes, e convivendo com a morte cara a cara.

Sem comentários:

Enviar um comentário