4.8.10

Por entre os galhos quebrados, por entre o aroma a vegetal e a conspurco, vou-te perfilhando, fazendo titilações nas tuas mãos e correndo contra os teus pés. Num feito benevolente, estacamos. Sentei-me no meio das relvas enxovalhadas e pardas e tu, estendeste-te ao meu lado, transpirando que nem um estouvado, vozeando dor e entoando fúria. Era o panorama possível para nos seduzirmos, para nos absorvermos. Enquanto vivias na tua frígida natureza, a minha cabeça baqueava, até ao chão cavo e duro. Fui lacerando aos poucos, para passar inobservada. Fui sorvendo a peçonha, o teu veneno. Tão mordaz, tão provocante, tão cobiçável.

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